sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aspergir nuvens com água salgada, para ficarem branquinhas







Diz o D. Francisco Manuel de Melo no seu Hospital das Letras que as nuvens "bebem as àguas salgadas do Oceano..."e adiante continua: "O sal há-de ficar no coração das nuvens e a água se há-de estilar à terra". Ora as núvens não retém sal, como julgava o D. Manuel (que era sábio na época) porque nem sequer o bebem quando incorporam e se fazem de vapor de água.

Mas os efeitos do aquecimento global, em particular nas áreas polares, parece ser de tal modo grave que está em estudo uma experiência engraçada: aspergir com água do oceano nuvens chamadas os estrato-cúmulos marinhos, que se formam sobre os oceanos, e assim aumentar a concentração das gotículas o que torna as nuvens mais brancas e mais reflectoras.

Parecia ao D.Manuel uma providência suprema as nuvens reterem o sal quando do mar colhiam água, senão as chuvas salgariam as terras e semeariam desolação. Nos tempos que correm providencial será se o homem salgar as nuvens, nas devidas proporções, e assim afastar o calor solar em excesso das regiões polares.

A proposta vem das Ilhas Britânicas, é de um Professor Slater. Para a operação de borrifamento das nuvens sugere a construção de uma frota de de 2000 iates a energia eólica (energia do vento que D. Francisco Manuel bem conheceu e usou, como força motriz de naus) com um sofisticado mecanismo de aspersão ainda a desenvolver. O modelo visionado pode ver-se já acima, como que a ensaiar a operação para a nuvem ao alto.

Bastam aos cientistas 10 milhões de dólares para ver se tudo é viável, uma soma realmente insignificante, se a contrapartida for travar um processo que parece conduzir para uma mudança irreversível do funcionamento global do planeta.

Desde que o homem anda pela terra aconteceram sete grandes "desastres" da mesma amplitude do que aparentemente virá a dar-se. E dentro de cinco ou dez anos a situação pode já ser irreversível. Isto é, a composição da humanidade poderá ter mudado radicalmente.

Pelo menos era agradável que o sal injectado nas nuvens, e "guardado por elas no coração", fosse o factor para evitar uma desolação talvez tão grande como se chovesse água e sal. Nuvens por meio do sal transformadas em imensos guarda-sóis para permitir ganhar fôlego e tempo para tratar a fundo o ambiente global.

Sem comentários:

Enviar um comentário