
É um livro, misterioso e que é mencionado logo no início das Novem Portis do Polanski: Hypnerotomachia di Polyphilo, de Colonna, Veneza 1545. Este e o Compendium Maleficarum, de Guazzo, são os livros que o Corso/Depp avaliador propõe aos herdeiros do património em livros que fiquem fora do lote para vender. Além do Dom Quixote, que ele desvia para a esfera dos seus interesses. E foi bom o negócio? Pois sim, pois o Corso oferece 4 200 dólares por algo que tem um valor de mercado de 23 000. É o Ingenioso Fidalgo de la Mancha (1780), de 1780, publicado pela Academia Real de Espanha, em Madrid.
O livro da ficção, o das Nove Portas, seria uma cópia do Delomelanicon, que etimológicamente quer dizer invocar a escuridão. E Polanski arrasta consigo uma fama propícia a veicular tantas estrelas negras da constelação das sombras, no firmamento do conhecimento. O filme em si tem um único lado que o deixa descosido no acervo da filmografia do realizador. A "girl". Quem é, além de ser a Emmanuelle Seigner? Um realizador com obra coerente no domínio do misterioso, do lado negro e do suspense, deixa assim um personagem impedente, do nada e a pairar? Eis O mistério das Nove Portas.
Por isso aqui voltei, com dez anos a completeram-se sobre o ano-véspera de milénio. Um ciclo. Que não é de desprezar para quem não conseguir entrar noutro calendário ou prefira continuar a gozar a global generalização deste. O que há de outros tempos nos tempos que já são Outros?
Creio que "The Girl" como é chamada, seja a prostituta sentada na besta, do livro de Apocalipse da Bíblia.
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